terça-feira, 18 de junho de 2013

Os jovens nas ruas, a gota d'agua

    Oremos pelos nossos Jovens!
     É a nova geração "cara pintada".
    Oro para que nossos jovens façam uma nação melhor do que a minha geração fez. Assumo que não sou do tipo de "ir para as ruas", mas apoio o direito de manifestação daqueles que protestam assim, sem violência, sem danos, claro.
    Minha geração foi assim:
    Primeiro pedimos as DIRETAS JÁ, aí elegemos o Collor.
    A mesma geração que o elegeu, saiu nas ruas e pediu o seu impeachment.
    Aí elegemos uma moeda, o Real de Fernando Henrique, porque ficamos admirados em ver nosso dinheiro quase pareando com o Dollar.
    Depois, colocamos o PT no poder, e até hoje não conseguimos colocar a quadrilha de mensaleiros na cadeia. Minha conclusão é que minha geração não soube votar, foi massa de manobra da mídia eletrônica. Vida de gado.
    Espero que nossos jovens façam melhor do que nós.
    Acho que só agora, depois de velho, é que estou aprendendo a votar sem ser levado pela mídia. Bem, acho que estou. E espero ter ensinado a meus filhos a fazerem melhor do que eu.
    Hoje, os protestos desses jovens são vários, se encheram de ver tanta corrupção, condenações que não resultam em nada, de dinheiro do povo indo para o bolso de ladrões enquanto os serviços públicos são péssimos. Por isso saem nas ruas com aquela motivação totalmente legítima de uma juventude que pretende fazer parte de algo grande e simbólico historicamente
    Eles vivem hoje a nova lógica do ativismo, da auto-organização, da inteligência e da indignação coletiva. Se organizam pelas redes sociais, e não querem diálogo com os políticos nas mesas de negociações, querem outra forma de dialogar, esperam ações claras e concretas e não discursos demagogos e eleitoreiros.
    Oremos pelos nossos jovens!
    Acredito e tenho esperança de que sejam melhores do que a minha geração!
    Oremos!
    Até aqui, quem fala é Anésio Rodrigues, Pastor da Comunidade Carisma de Osasco, dono de um sorriso largo, interpreta com perfeição os últimos acontecimentos no Brasil
   O aumento em $0,20 na passagem do Ônibus, foi só a gota d'água que entornou o copo!
Já estava fervendo pelas bases! O aumento abusivo de preços que vem ocorrendo, o governo se faz surdo para os enseios da população, agora vemos manifestantes presos e indiciados por formação de quadrilha, sendo que políticos condenados pelo Supremo estão ocupando a Comissão de constituição e Justiça da Câmara.
    E em plena Copa das Confederações, não foi o futebol a notícia, os jovens roubam a cena e pedem mudanças!

 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Pastores entregam palavra profética ao Papa Francisco

    Seis pastores evangélicos da Argentina visitaram o Papa Francisco em sua residência no Vaticano. Liderados por Jorge Himitian, que foi durante muito tempo presidente do Conselho de Pastores de Buenos Aires, estavam presentes Norberto Saracco, Carlos Mraida, Omar Cabrera, Angel Negro e Humberto Golluscio.
    Eles Contam que o líder da Igreja Católica Romana os recebeu com "abraços e beijos, ao estilo argentino". Durante o encontro, que durou quase uma hora e meia, o Papa agiu sem seguir os protocolos e disse aos pastores: "Hoje temos que pregar o Kerygma de Jesus Cristo, proclamando a Cristo".
    Os líderes  evangélicos pentecostais, todos de Buenos Aires, são amigos de longa data de Jorge Bergoglio, que foi arcebispo da mesma cidade durante muitos anos, e se encontrava com os pastores seguidamente nas reuniões da Comunidade Renovada de católicos e evangélicos no Espírito Santo (CRESCER).
    "Nos costumávamos orar com Bergoglio e nos encontrávamos ocasionalmente. Com essas reuniões conhecemos um homem de profunda espiritualidade e nos tornamos amigos", disse Himitian. "Expressamos nossa alegria em tê-lo em um lugar tão importante, reconhecemos seu elevado compromisso com Cristo e com o ser humano, os necessitados, e seu compromisso com a oração", acrescentou.
    Durante a reunião, a jornalista Evangelina, filha do Pastor Himitian, deu ao Papa Francisco uma cópia do livro biográfico "Francisco, Papa do Povo", escrito por ela.
    Ao voltar à Argentina, pastores disseram que foi ótimo encontrar com o "Papa Francisco, com a simplicidade habitual". Por sua vez, o Chefe do Vaticano disse que "ficou nervoso com a possibilidade de ser Papa, mas  depois da eleição sentiu uma grande paz, a qual se mantém até hoje".
    A conversa também abordou a realidade espiritual da Argentina, mas não incluiu as questões de política local. Segundo Himitian: " Nós conversamos sobre os aspectos positivos desta abertura, que ocorre em países da América Latina e na própria Itália, onde as pessoas estão muito felizes e muito abertas para retornar à fé, à igreja. As pessoas se sentem muito ansiosas. Que a Igreja e os sacerdotes possam ser sábios para saciar a fome das pessoas que estão mais abertas a voltar-se para a fé... É claro que, se evangelizar sem proselitismo, vamos encher as igrejas tanto evangélicas  quanto católicas".
    Curiosamente, Himitian conta que passaram "algum tempo em oração e depois entregaram a ele uma palavra profética que muitos sentiram de Deus, baseado em Jeremias 1, que Deus o havia escolhido como um profeta para as nações e que não tivesse medo de pregar a palavra que Deus lhe deu".
Fonte: Gospel Prime

Jorge Himitiam é um Pastor de prestígio aqui no Brasil onde lidera pastores de várias denominações e possui muito discernimento espiritual, já comentamos sobre um livro dele, leia aqui.
Kerygma: Palavra grega cujo significado é proclamação, pregar o evangelho.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Quando as cartas pararam de chegar

    No inicio da minha carreira missionária o sistema de comunicação era bem diferente do que temos hoje, o mundo parecia maior e as distâncias mais longas. Lembro-me do dia em que estava na Missão Antioquia e senti o chamado de Deus para a Índia no Brasil, naquela mesma noite, depois da pregação onde tive meu coração aquecido com a chamada missionária, subi à casa de oração que existia lá no Vale da Benção, onde estava a Missão Antioquia, para buscar saber num mapa onde estava este país estranho, exatamente do outro lado do mundo. A viagem de avião para a cidade onde fui trabalhar na Índia, com as escalas, eram feitas em três dias.
    A minha comunicação era feita basicamente através das cartas. Uma carta levava até um mês para chegar ao Brasil e depois mais um para receber a resposta, mas era uma espera gostosa. Quando o dinheiro permitia, usávamos o telefone, que não tinha em todo lugar, eram umas cabinas apertadas com uma espécie de contador que enquanto falávamos mostrava o valor a pagar, era tão caro que a ligação era um martírio, falávamos o necessário para poder desligar ou o dinheiro ia todo para o telefone. Então a alegria eram as cartas mesmo. Duas a três vezes na semana íamos ao correio central para buscar as cartas, era uma alegria tão grande que líamos ali mesmo, sentados no meio fio ou escadas. Sempre havia umas três ou quatro cartas, longas, com fotos, contando detalhes da vida, etc. Mesmo as cartas de quem não conhecíamos, geralmente enviadas em época de campanhas missionárias nas igrejas, mesmos estas eram gostosas de ler e responder.
    Depois a tecnologia chegou onde estávamos, o e-mail. Mas não era assim como temos hoje, era do tipo que se enviássemos entre 10h e 17h, o destinatário recebia o mesmo dia, se não, só no dia seguinte. E no fim de semana não funcionava. No inicio poucas pessoas tinha e-mail, então não prestava muito, mas não demorou muito e o Hotmail e Yahoo dominaram a comunicação e passamos a fazer uso dessa ferramenta. Mas algo começou a acontecer, a comunicação ficou cada vez mais superficial.
    O mundo ficou menor, as distâncias encurtaram, a comunicação ficou praticamente de graça, mas em vez de aumentar nossos laços com familiares, amigos, igreja, diminuíram. E para piorar, inventaram um tal de "cc" ou "bcc" nos emails, que permite escrever a mesma coisa para milhares de pessoas ao mesmo tempo. A personalização se foi por completo. Confesso que não gosto dos meses de campanha missionária, pois recebemos inúmeras mensagens de igrejas e pessoas que não têm a mínima sensibilidade, pedem informações como se tivessem fazendo um orçamento em supermercado. Observamos que a mesma correspondência foi enviada para dezenas de missionários e sempre com a mesma promessa: a "possibilidade" da oração e de uma ofertinha, que raramente, muito raramente mesmo acontece. Sem contar quando não trocam nossos nomes e o campo onde trabalhamos e por ai vai.
    Enfrento dois problemas, sou missionário velho no campo, isto significa que já estamos quase esquecidos, não pela igreja que nos enviou ou por nossa junta, mas para uma boa maioria daqueles que no passado nos escreviam. Missionário velho sai de moda, pois não conta novidade todo dia. E quem está interessado em saber de quem faz a mesma coisa há vinte anos? As redes de comunicação social substituíram a boa conversa pelos recados nos murais, e por ai vai. Uma lástima! Hoje a maioria de emails que recebo são spans, e os poucos que recebemos de amigos são muitas vezes superficiais, e finalmente chegou o dia em que as cartas deixaram de chegar, a última que recebemos faz seis meses.
    Este texto não é uma reclamação contra nossos amigos, é apenas para nos fazer refletir sobre o perigo da superficialidade nas relações e comunicação, principalmente na causa missionária...
Vou terminar por aqui, fazer um "copy and paste" e enviar pelo "bcc" a todos da minha lista, para quem sabe um ou dois lerem... se ler, ore por esse missionário velho, sozinho e cansado. Se me escrever com carinho, prometo fazer como fazia Francisco Xavier, missionário jesuíta, que levou o evangelho a Ásia, e que lia com lágrimas e oração as cartas que lhe enviava seu amigo Inácio de Loyola.

Rev. Luis A. R. Branco

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